quinta-feira, 26 de junho de 2014

do auto controlo

eu não tenho autocontrolo. zero, nicles, nada.
alguém cai à minha frente e eu só ajudo a pessoa depois de me rir como uma desalmada. alguém chora e eu fico nervosa e rio-me, porque estou nervosa. digo um disparate e rio-me sozinha ou acompanhada. penso num disparate e rio, porque pensei num disparate. não me controlo quando o assunto me faz rir porque... não sei, decidi há algum tempo que não tenho que me controlar.
quando vejo alguém fumar pergunto sempre se a pessoa sabe que aquilo lhe faz mal, provoca cancro, é uma estupidez. mesmo que a pessoa seja o chefe do meu pai. quando alguém me diz que bebeu até cair para o lado faço questão de mostrar que acho que é um retardado. quando a minha avó escreve irvilhas em vez de ervilhas, digo-lhe sempre que aquilo está mal escrito. quando a minha outra avó diz tablé, em vez de tablet, explico-lhe que não é assim que se diz. quando vejo alguém fazer porcaria na estrada reclamo alto, da mesma forma que reclamo alto, só o suficiente para que a pessoa em questão ouça, quando vejo uma mãe bater num filho no meio do shopping, quando vejo um casal de namorados discutir no meio da rua, quando alguém faz ou diz um disparate.
e a minha mãe ralha sempre comigo.
mas eu não tenho que me controlar, ou tenho ? eu também faço porcaria. também digo coisas mal ditas, também caio, também escrevo com erros de vez em quando, também já discuti na rua, já passei um sinal vermelho e deixei descair o carro até quase bater no de trás, já chorei por motivos que não parecem válidos a mais ninguém e um dia serei mãe e não digo que nunca vou dar uma sapatada a um filho por causa de uma birra. não me chateio quando alguém não se controla nestas situações, é normal não nos controlarmos. desde que não exageremos, qual é o mal?
mas há situações e situações. e há limites.
e a minha falta de autocontrolo às vezes prega-me partidas.

sra da biblioteca: eu sei, eu sei que os jovens hoje em dia usam mais o facebook do que as mensagens... e até os sms!

olhei para o chão e tentei controlar-me. tentei, juro, porque ela estava a dizer aquilo como se estivesse a dizer com toda a certeza que dois mais dois era igual a cinco. ela estava certa, tão séria, tão segura de si. e ela tem idade para ser minha avó, provavelmente.
ouvi um colega dizer, entre risos também contidos: pois, pois claro!

e assim que ela se foi embora não aguentei mais e ri-me durante muito tempo. cada vez que penso nisso rio-me muito. escrevo isto e ainda mais vontade de rir tenho.

autocontrolo igual a zero, tipo criança de três anos. tipo o meu irmão quando atirou com uma bola de golfe à cabeça do meu tio, acertou, recebeu de volta a bola de golfe e voltou a atirar. e a acertar.

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