sexta-feira, 12 de julho de 2013

do medo [e dos finais felizes]


quando me dá na cabeça, muito de vez em quando, faço a palpação mamária a mim mesma. sou jovem, não tenho muitos casos de cancro na minha família, muito menos na família chegada, e por isso ando sempre relaxadíssima com este assunto - sejamos sinceros, não há muitos assuntos que me deixem nervosa - mas, de vez em quando, como disse, faço-o, por descargo de consciência.
ora, no domingo, enquanto tomava banho, nem precisei de grande esforço para perceber que alguma coisa estava menos bem. foi só preciso passar o gel de banho pelo corpo para notar um papo volumoso na mama esquerda. estive uns bons cinco minutos a apalpar-me a mim mesma, a pensar se aquilo seria sinal, ou não, de alarme e se valeria, ou não, a pena contar a minha mãe.
mais uma vez, por descargo de consciência, chamei-a e contei-lhe tudo. 
hoje, fui à consulta do ginecologista, mostrar-lhe isto (uma consulta que estava marcada para a minha mãe mas que ela se apressou a remarcar em meu nome). passei a semana toda a apalpar o papo, que se "mexia" quando lhe tocava e me doía, quer lhe tocasse quer estivesse mais ou menos quieta. 
depois de me analisar, o meu médico fofinho, disse que não deveria ser nada de grave, que era um quisto - como eu estou habituada a quistos! - ou um fibroadenoma. depois de ter feito uma ecografia mamária, confirmou-se o que o dr. me tinha dito e que, segundo as minhas pesquisas na internet, é um "problema" comum em adolescentes e jovens adultas. 
ora, portanto, eu tenho uns quantos (uns quantos...) fibroadenomas benignos, na minha mama esquerda, enquanto a direita está - pois bem - direitinha. já tenho consulta marcada com o meu ginecologista para a próxima sexta feira para saber o que se há de fazer com a bola de ping-pong que apalpei e todos os seus amigos que o ecografista encontrou. 
o que interessa mesmo saber, é que não vou morrer de cancro da mama, como, depois de uma semana à espera, eu já andava a imaginar, cheia de medo. 

cada vez mais acredito que há um anjo qualquer a proteger-me o coiro e a tornar a minha ruindade em pequenas bolas extraíveis do meu corpo, em vez de problemas graves. a partir de agora, vou mas é andar sempre atenta, que isto sabe-se lá o que pode acontecer, que mais papos podem vir a crescer. por favor façam o mesmo - e se forem homens também! - e apalpem-se no banho, por exemplo, enquanto se ensaboam. no meu caso, correu tudo pelo melhor, mas eu já só rezava por um tumor muito novinho e muito pequenino, e nada de metástases, caso tivesse mesmo de ser cancro. 

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