segunda-feira, 11 de novembro de 2013

eu gostava de gostar de Alberto Caeiro

gostava e muito. mas não consigo, por mais que tente.
eu gosto de Pessoa. acho-o um génio. acho que a poesia dele é o mais alto nível da poesia mundial, é um excelente exportador da cultura portuguesa e não é de todo o tolo que muita gente pinta. mas aquele Alberto Caeiro, aquele Mestre... eu não o compreendo.
todo o conceito é lindíssimo, a ideia da natureza, da beleza do puro, do inocente, de olhar para as coisas como elas são e não complicar demasiado - porque caso contrário não se vê a verdadeira questão da coisa -, a filosofia de vida do pastor e tal, tudo isto combinado com uma espécie de prosa poética. é tudo coisa de génio, admito. tão de génio que não é para mim.

eu gosto de poesia em prosa, não de prosa em poesia. assim tira a piada toda a todo o conceito. e depois aquelas coisas que ele diz, aquelas repetições com ordem alternada de palavras (e flores e sol e luar e árvores e montes; e sol e luar e montes e flores e árvores; e montes e árvores e sol e flores e luar - o guardador de rebanhos v) depois de repetido 522 vezes, irrita.

vou só ali a um canto chicotear-me fortemente. eu não sei apreciar Alberto Caeiro. que vergonha.

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