o amor afinal tem cara.
tem cara de homem. três ou quatro dedos de testa. olhos castanhos e brilhantes, tão bem desenhados e delimitados por pestanas longas. tem bochechas elásticas e uma pele muita clara. e sorri para mim e para quem quiser ver, num sorriso tão aberto e tão honesto que me desarma e me deixa desprotegida ao sabor do vento e dos seus beijos.
tem também um corpo, o amor.
meticulosamente desenhado, cada pormenor pensado até mais não, até à exaustão do mais talentoso escultor. ombros mais largos que tudo o resto. torço perfeito, de tal forma perfeito que apetece dar mordidelas ao de leve, como quem não quer a coisa. costas de deus. ai, as costas do amor, do meu amor; e os seus braços e a forma como tudo fica mais tonificado, como tudo salta à vista quando está dentro de água e se move como um peixe - como um verdadeiro peixe, ou um cisne.
e o amor...
o amor tem vida - é vida. é beijos molhados, é abraços apertados e uma felicidade tão grande e tão feroz que nos consome aos dois e nos deixa exaustos, caídos nos braços um do outro; a respiração ofegante, o suor na sua testa. a persiana e a porta entreabertas. e as cócegas. e os sonhos em comum.
teve luta, tem luta.
e o amor é luta.
e o amor é ele.
sou eu.
e somos nós. há um ano e sete meses, para sermos francos. há oito meses para sermos exatos.
amo-te .
linda declaração!
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