terça-feira, 1 de maio de 2012

a felicidade nas pequenas coisas



desde que comecei a pensar mais na minha vida - assim naqueles pequenos espaços de tempo que tenho reservados à minha sanidade mental, como por exemplo, o banho ou a hora de acordar, enquanto me visto e me arranjo - dizia eu, desde que comecei a pensar mais na minha vida, tenho percebido a importância das pequenas coisas e da felicidade que nelas reside.
cada vez menos quero ser feliz à custa de grande utopias. faz-me aflição que, nestes tempos de crise, se continue a pensar em grandes férias, dias e dias de compras desenfreadas, jantares e almoços e lanches e cafezinhos fora, todos os santos dias, como se de lordes nos tratássemos.
lembro-me de ser miúda e ter a mania das grandezas. o meu pai dizia-mo, muitas vezes, que eu tinha a mania das grandezas - às vezes ainda diz, e se calhar às vezes ainda tenho, mas isso é outra história, já que estou a melhorar.
vejo, cada vez mais nas pequenas circunstâncias da vida, a beleza que a vida tem. em vez de uma semana enfiada num hotel, uma ida à praia, que fica aqui mesmo ao meu lado, quando quero e bem me apetece - e, bem, de borla! em vez de compras todas as semanas - o que me custa, confesso, que pelo meu ser mais interior e selvagem, estourava tudo o que tinha e o que não tinha  em roupa e decoração, acessórios de cozinha e livros - dizia eu, em vez de compras todas as semanas, compras quando se pode e, olha, menos compras, que há tanta coisa em casa que pode ser reutilizada.
e em vez de almoços fora, jantares fora, lanches fora - qual tia, qual quê - aprender a cozinhar, aprender a distinguir os melhores temperos, o que melhor faz à saúde - e o que menos bem faz, também.
vejo nas coisas simples da vida, a beleza que a vida tem. é importante sonhar, mas mais importante ainda é conseguir reconhecer a ténue linha que vai do sonho, à utopia; do sonho à realidade.
e perceber que, saltar do sonho para a utopia, salta-se dando um passo pequenino; do sonho à realidade, salta-se trabalhando e persistindo.
mas da utopia à realidade o fosso é grande. e não me lembro de ter visto alguém a sair dele.

isto é que foi filosófico, hein?

2 comentários:

A tua opinião conta, e eu conto com ela,

Ninna (: